sábado, 6 de maio de 2017

Review - Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco

Estive ausente do blog mas felizmente, tive tempo para ler na mesma!! Março e Abril foram meses equilibrados em termos de leituras e tenho a certeza de que 2017 está a ser o meu melhor ano no que toca à qualidade das minhas leituras.

Já conhecia a história de Amor de Perdição, tendo em conta que é um dos livros mais célebres em Portugal, e fiquei rapidamente cativada pela história amorosa de Simão e Teresa. Os dois são vítimas do amor que nutrem um pelo outro, que nunca poderá ser confirmado através do casamento porque os Botelho e os Albuquerque não se suportam minimamente. 
Desengane-se o leitor que acredita que esta história é uma fotocópia de Romeu e Julieta de Shakespeare, porque não é. A juntar ao casal romântico temos uma terceira personagem, Mariana, que será o anjo da guarda de Simão e que o irá amar até ao seu último suspiro. Este triângulo amoroso irá percorrer toda a novela, e na minha opinião, Mariana é a personagem que mais sofre ao longo desta história tão trágica.
Recomendo esta obra a quem nunca leu Camilo Castelo Branco e tenha curiosidade em começar, penso que este é um livro maravilhoso para se entrar no mundo camiliano. 

Nota no goodreads: 4/5

quarta-feira, 1 de março de 2017

Review - A namorada dos meus sonhos, de Mike Gayle

*Este livro é da minha mãe mas por motivos alheios ao meu conhecimento está na minha pilha portanto já posso considerá-lo meu, certo?*

O que mais me atraiu ao ler o resumo desta obra, foi o facto de estar escrito que a personagem principal deste livro era uma espécie de Bridget Jones masculino e, graças a isso, fiquei completamente interessada!

A história do Will é muito fácil de contar: rapaz conhece rapariga, rapaz apaixona-se pela rapariga, rapaz namora com a mulher da sua vida, a mulher da sua vida cansa-se da relação e acaba com ele. É nesta última parte que a obra começa: o coração despedaçado de Will não consegue recuperar e já se passaram três anos desde que a namorada o deixou! A minha opinião desde o início é que ele é um trouxa (a linguagem não é a mais correcta, mas é a que lhe assenta melhor) porque um desgosto amoroso o torna numa pessoa sem auto-estima nenhuma, sem expectativas nenhumas em relação à vida e cada dia é de uma deprimência digna de Hollywood. Eu sei que a escrita nos incita a ter pena dele, mas eu só consigo ter raiva. Já imaginaram se toda a gente fosse assim após um desgosto amoroso? O mundo ainda estaria pior!

Todo o livro se resume nos seus baixos e baixos (não existem altos na vida de Will, para ele tudo é uma grande injustiça e tudo o que ele quer é a sua namorada de volta) até que o final nos leva a um final completamente irreal! 

Não recomendo o livro, de todo. A escrita do autor é bastante boa mas, infelizmente, a história em si é muito fraca e a personagem principal tem o dom de irritar os mais sensíveis.

Nota no goodreads: 3/5


Review - Fahrenheit 451, de Ray Bradbury

Mais um mês passado e consegui manter-me na meta de ler cinco livros por mês (desta vez foi muito mais suado, mas consegui!). Espero que o ritmo se mantenha apesar de as expectativas chocarem muitas vezes com a realidade. Tal como já disse anteriormente, outro dos meus objectivos é ler livros que estão na minha pilha há mais anos do que aqueles que tenho coragem de dizer e por enquanto tudo está a ir às mil maravilhas. A melhor parte disto tudo é que a carteira agradece este descanso (mas em Maio chega a Feira do Livro e já sei que me vou meter em sarilhos dos grandes).
Peguei em Fahrenheit 451 mais por opiniões lidas e ouvidas ao longo dos anos do que propriamente por mera curiosidade. É considerado um clássico da literatura mundial e, como tal, tem de ser lido correctamente e com o tempo necessário para assimilar tudo muito bem. 

A história assusta qualquer leitor: a acção passa-se num mundo em que Guy, a personagem principal, é um bombeiro que destrói (neste caso, queima) livros. O meu coração apertou-se enquanto o desenrolar da narrativa mostrava um mundo onde os livros eram proibidos, pois eram considerados perigosos. 

A sua vida não é muito (ou nada) feliz. O trabalho deprime-o e a sua vida pessoal não é muito melhor. O seu casamento não é saudável, e a única pessoa que conhece que consegue dar um pouco de luz à sua vida, morre, pois a sua casa tinha livros que, como disse anteriormente, eram proibidos.

Guy questiona-se por que motivo existem pessoas dispostas a morrer por causa de um simples livros e a sua curiosidade leva-o a roubar livros em vez de os queimar, o que causará sérias consequências na sua vida.

No geral, as minhas opiniões sobre esta leitura são muito variadas: odiei a primeira e a segunda parte, não senti ligação nenhuma com a história. Em relação à terceira e última parte, a história é muito diferente: adorei completamente. Por mim o livro era só composto por esta parte.

Nota no goodreads: 3/5


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Review - O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde

Acabei de ler este livro ontem e ainda estou a digerir tudo: que livro, que história, que personagens fantásticas mas acima de tudo: QUE PROSA FANTÁSTICA! Não há como não ficar rendida à escrita de Oscar Wilde, um homem que viveu acima do seu tempo (para nosso prazer) e nos deixou um legado fascinante que a Literatura merece. 

Dorian Gray é-nos apresentado como uma personagem narcisista e a sua vida muda completamente quando conhece Lord Henry (sem dúvida a melhor personagem desta história) e tudo se intensifica quando o seu retrato é pintado e começamos a perceber o que acontece com Dorian: beleza eterna enquanto todos aqueles à sua volta vão envelhecendo e morrendo. Todo este conhecimento de que todas as suas acções sairão sempre impunes, tornam-o num ser humano corrupto, que cada vez será mais falado (pela negativa) na sociedade mas nada disso lhe importa pois como bom narcisista que é, só os seus interesses têm lugar na sua vida, tudo o resto é desinteressante. 

A prosa (volto a dizer) é realmente brilhante, já há muito tempo que não lia um livro com tantas frases interessantes sobre a experiência da vida, a beleza, o controlo de razão e consequentemente a perda da mesma. Estou demasiado encantada para conseguir fazer uma review decente.

Nota no goodreads: 4/5 (4.5)

Review - Zoo, de James Patterson

*Ainda sobre as leituras de Janeiro*

Caso ainda não tenham reparado, sou um "bocadinho" fanática por James Patterson. Não sei que magia há na escrita deste senhor mas sempre que pego num livro dele acabo por o ler em horas, é inevitável! Um dos meus grandes objectivos com este blog é meter-vos a ler os meus autores preferidos por isso não hesitem em experimentar, tenho a certeza de que não se vão arrepender!

Este livro foi-me dado pela minha madrinha no Natal e como podem ver não demorei muito tempo até o despachar. O que me incitou mais a curiosidade neste livro foi a sua narrativa, diferente da que estou habituada neste escritor, e também o facto de haver uma série baseada neste livro (sim, também sou viciada em séries, comigo os vícios estão todos interligados). 

O livro começa com um ataque de leões num jardim zoológico que acabam por fugir. O que é mais curioso é que nos apercebemos logo de que alguma coisa se passa com os animais, mais especificamente com o seu comportamento. Tudo isto soam como teorias de conspiração aos ouvidos de quase todos expecto a Jackson Oz, um biólogo que há anos que vem estudando o comportamento dos animais e que vai partilhando as suas teorias no seu blog, que muitos pouco visitam e ainda menos o consideram são. Tudo isto se desenrola muito rapidamente quando Oz vai a África e assiste pessoalmente a um ataque coordenado por leões, mas, nem tudo é mau porque é nesse momento que conhece a sua amada, Chloe e a partir daí os dois não se vão largar mais.

A única coisa que me incomoda com este livro é que passamos mais de metade do livro na mesma época e de repente atiraram-nos para cinco anos depois, dando poucas informações sobre o que aconteceu nessa época. Sinceramente, de que me serve saber que o Oz casou e teve um filho? Como de costume nos livros de James Patterson, a leitura é leve (tal como os capítulos) e bastante agradável. Estou ansiosa por ver a série e ver o quanto mudaram a história e se há alguma base vinda directamente do livro. 

Nota no goodreads: 4/5

Review - Romeu e Julieta, de Shakespeare

O mês de Janeiro foi bastante positivo: li cinco livros e gostei de todos eles! O meu plano é manter-me na meta de cinco livros por mês pois assim consigo alcançar o meu objectivo anual sem problema nenhum. Espero que o consiga fazer, não gosto nada de começar alguma coisa e não ter a capacidade de a terminar, sinto-me mesmo mal. *fingers crossed: go Cláudia go* 

Depois de tanto ouvir falar da história e ver tantos filmes e peças de teatro baseadas nesta obra, decidi ler a trágica história de amor que muitos dizem arrancar o coração do seu peito. Não sou grande fã de ler livros quando já sei praticamente toda a história, sinto que a experiência não é tão fascinante mas, de qualquer maneira, achei que este livro é um essencial para qualquer leitor e sendo assim segui em frente. 


Fiquei chocada por ver que no início da obra o Romeu está apaixonado por outra rapariga e desde que tomei conhecimento desse facto uma pergunta não me deixou a mente:  como é que um jovem perdidamente apaixonado esquece "o amor da sua vida" para amar uma "rival"? Eu sei que o amor é muito difícil de explicar mas tenho sérias dúvidas de que um ser humano tenha a capacidade de se apaixonar e "desapaixonar" tão rápido. Por outro lado, estamos a falar de um jovem rapaz, e todos sabemos que nessa tenra idade os sentimentos são ainda mais confusos de explicar.


A história fascinou-me bastante, sempre gostei de ler sobre o amor louco misturado com paixão e como ele se revela nas pessoas. O final trágico arrebatou o meu coração, um drama destes é tudo o que preciso na minha vida, uma prova viva de que o amor verdadeiro ultrapassa a morte. Não dou as cinco estrelas a esta obra porque é preciso estar muito longe da racionalização para se conseguir absorver a narrativa e eu dei por mim várias vezes a pensar em como estes dois jovens eram tão ingénuos e como poderiam ter feito as coisas diferentes (é um erro, eu sei, mas parte de mim não consegue deixar de me questionar como é que é possível que duas pessoas vejam na morte uma solução tão fácil e apelativa).

Nota no goodreads: 4/5

domingo, 15 de janeiro de 2017

Review - Morte no Tribunal, de P.D James

Nunca tinha lido nenhum livro de P.D James até hoje, admito até que não conhecia a escritora apesar de ter um vasto leque de obras. Após fazer uma breve pesquisa, conclui que valia a pena dar uma oportunidade a um livro que estava na minha pilha há uns bons anos (o meu objectivo este ano é ler livros que tenho há anos e nunca li). 
A história resume-se de maneira bastante simples: a acção começa com a advogada criminal, Venetia Aldridge, a defender um cliente que é acusado de matar a sua própria tia. Apesar de sentir repulsa pelo seu cliente, Garry Ashe, faz o seu trabalho de maneira impecável, mostrando as suas excelentes habilidades em tribunal, onde o arguido é considerado inocente. Tudo isto leva a querer que este início de história serve simplesmente para mostrar o quão boa advogada Venetia é mas na verdade, a história começa a tomar um rumo muito suspeito.
Após ser considerado inocente, Garry vai envolver-se com a filha de Venetia, Octavia, e a advogada começa a acreditar que aquela proximidade tem como único objectivo magoá-la, nunca acreditando por uma vez que exista amor naquela relação retorcida. Começamos a perceber que não existe uma relação carinhosa entre as duas, que a carreira é a sua única preocupação e que o seu coração é feito de gelo, o que transforma a filha numa adolescente bastante esquisita e com opiniões bem formuladas sobre o que pensa da mãe.
Todo este ambiente de tensão aumenta quando Venetia aparece morta, sendo o seu corpo usado de maneira teatral para causar uma imagem chocante à primeira pessoa que a vê morta. Depois disto, a acção desenrola-se à volta de questionar suspeitos e qual deles tinha o motivo mais forte para a matar. Os eventos vão-se tornando mais intensos, tal como os diálogos, e tudo isto conduz a história para mais mortes.

No geral, o livro é agradável, mas as descrições demasiado longas sobre a cidade e a sua arquitectura são bastante aborrecidas, levando o leitor a abandonar a narrativa. Penso que tudo seria mais bem conseguido se esse tipo de descrições não existissem, dando lugar apenas à acção, fazendo assim com que a intensidade nunca descesse de nível. 

Nota no goodreads: 3/5