domingo, 15 de janeiro de 2017

Review - Morte no Tribunal, de P.D James

Nunca tinha lido nenhum livro de P.D James até hoje, admito até que não conhecia a escritora apesar de ter um vasto leque de obras. Após fazer uma breve pesquisa, conclui que valia a pena dar uma oportunidade a um livro que estava na minha pilha há uns bons anos (o meu objectivo este ano é ler livros que tenho há anos e nunca li). 
A história resume-se de maneira bastante simples: a acção começa com a advogada criminal, Venetia Aldridge, a defender um cliente que é acusado de matar a sua própria tia. Apesar de sentir repulsa pelo seu cliente, Garry Ashe, faz o seu trabalho de maneira impecável, mostrando as suas excelentes habilidades em tribunal, onde o arguido é considerado inocente. Tudo isto leva a querer que este início de história serve simplesmente para mostrar o quão boa advogada Venetia é mas na verdade, a história começa a tomar um rumo muito suspeito.
Após ser considerado inocente, Garry vai envolver-se com a filha de Venetia, Octavia, e a advogada começa a acreditar que aquela proximidade tem como único objectivo magoá-la, nunca acreditando por uma vez que exista amor naquela relação retorcida. Começamos a perceber que não existe uma relação carinhosa entre as duas, que a carreira é a sua única preocupação e que o seu coração é feito de gelo, o que transforma a filha numa adolescente bastante esquisita e com opiniões bem formuladas sobre o que pensa da mãe.
Todo este ambiente de tensão aumenta quando Venetia aparece morta, sendo o seu corpo usado de maneira teatral para causar uma imagem chocante à primeira pessoa que a vê morta. Depois disto, a acção desenrola-se à volta de questionar suspeitos e qual deles tinha o motivo mais forte para a matar. Os eventos vão-se tornando mais intensos, tal como os diálogos, e tudo isto conduz a história para mais mortes.

No geral, o livro é agradável, mas as descrições demasiado longas sobre a cidade e a sua arquitectura são bastante aborrecidas, levando o leitor a abandonar a narrativa. Penso que tudo seria mais bem conseguido se esse tipo de descrições não existissem, dando lugar apenas à acção, fazendo assim com que a intensidade nunca descesse de nível. 

Nota no goodreads: 3/5

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Review - A caça, de James Patterson

Já há muito tempo que queria ter um blog dedicado somente a livros. Sou uma ávida leitora, gabo-me da minha rapidez a ler e tenho sempre o desejo de fazer com que os outros tenham mais vontade de ler com os meus discursos inspiradores (estou a brincar, não faço discursos desses). Finalmente decidi seguir em frente com este "sonho" que já tinha há algum tempo e achei que não podia começar o ano de melhor maneira. Afinal, o discurso de "ano novo, vida nova" tem de servir para alguma coisa, não é?

Comecei o ano com um livro de um dos meus escritores preferidos: James Patterson. Sei perfeitamente que existem pessoas que julgam que todas as suas obras são semelhantes, policiais baratos que pouco cativam ou entusiasmam mas, na verdade, considero as obras deste Senhor (sim, com maiúscula!) uma paixão. Não é fácil fazer-me gostar de um livro logo nas primeiras páginas mas neste caso eu 90% das vezes fico logo rendida e normalmente acabo por ler os seus livros em horas. 

Deixando agora o discurso mais geral, vou passar à parte que verdadeiramente importa: a minha review sobre o último livro que li, A Caça
O detective Alex Cross vai deparar-se com o pior caso que já viu em toda a sua carreira, quando é chamado ao local de um crime horrendo, onde uma família inteira foi morta cruelmente. A visão torna-se ainda mais dolorosa quando o detective reconhece a mulher da família, uma ex-namorada sua dos tempos de faculdade. Esse factor desperta nele um elo emocional que não o deixa afastar-se do caso (como os fãs da saga sabem, a sua mulher foi morta no passado) e que o faz perseguir o terrível assassino até África. Tigre, é o "nome" da personagem cruel, sem coração, que causa todos aqueles crimes (para além desse brutal homicídio, vão seguir-se mais alguns) e que usa crianças como seus capangas. 
A estadia de Alex em África estará longe de ser tranquila pois vai ser capturado e agredido, chegando ao ponto de várias vezes acreditar na proximidade da sua morte. Apesar de tudo, ainda se vai cruzar com pessoas que o ajudam ao longo do caminho. 
Na minha opinião, o livro está muito bom, o contraste das realidades e de como elas afectam o detective está muito bem feita e deixam o leitor preocupado com o mundo real. De certa maneira, transmite a mensagem de que certas partes do mundo estão em guerra constante, com pessoas a morrer a cada segundo, sem que os meios de comunicação se importem com elas pois não interessam aos seus interesses. O dinheiro é visto como o mais importante, uma verdade que sabemos não existir só na ficção. 
Se tivesse que mudar alguma coisa talvez mudasse o confronto final entre Alex e o "Tigre". Penso que tudo acabou demasiado depressa e de maneira um pouco atabalhoada mas tirando isso, está tudo como deveria estar.






Nota no goodreads: 5/5